sábado, 4 de setembro de 2010

Retirada bem calculada

    O fim da Guerra no Iraque foi declarado mas, a retirada das tropas norte-americanas proporcionarão ainda mais negociações entre os Estados Unidos e os países do Oriente Médio. Ao final deste semana, o almirante Mike Mullen, chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, foi à Turquia conversar com o Chefe do Estado Maior Turco sobre a utilização de seu solo, para retirada das tropas e das armas pesadas do Iraque.
    Segundo notícias da imprensa turca, há indícios que as autoridade locais ainda esperam que os Estados Unidos apresente um plano para instalar uma base de radar para um escudo anti-mísseis - contra possíveis ataques do Irã, e também de que seja incluída na pauta, uma discussão sobre a situação do Afeganistão.
    Na segunda quinzena do mês passado, o presidente Barack Obama alertou a Turquia que os recentes posicionamentos do país quanto ao Irã e à Israel, poderiam dificultar a aquisição dos armamentos produzidos nos Estados Unidos - que já se mostrou desapontado quanto à decisão turca, de não apoiar a novas sanções votadas contra o Irã, na Organização das Nações Unidas.

Esta foto foi obtida no mês de Abril, quando o Presidente dos E.U.A visitou a Turquia para tratar da reunificação de Chipre - ilha ao Sul da Turquia.
    Sugerir que a Turquia pare de atrair a atenção do mundo para as agressivas ações do governo de Israel, aliado norte-americano, já era esperado, assim como a mudança da política externa turca, que deverá rever a sua posição quanto ao Irã e quais prejuízos ela pode acarretar às metas políticas e econômicas da Turquia, no cenário internacional.

Saiba mais sobre o "alerta" norte-americano à Turquia.


Loyanne Larissa.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Insultos e Polêmica

O jornal iraniano Kayhan, controlado pelo governo do país, fez declarações insultantes contra a primeira dama da França, Carla Bruni. O jornal chamou a esposa de Nicolas Sarkozy e outras personalidas francesas de prostitutas e imorais. Após a França repudiar os artigos, o jornal voltou a falar no assunto, acrescentando informações sobre supostos "relacionamentos ilícitos de Carla Bruni com várias pessoas".


 
As criticas foram respostas à defesa pública que Bruni fez a favor de Sakineh, iraniana condenada a morte por adultério e assassinato no Irã (leia o úlimo post sobre o Irã). Em uma carta aberta, a primeira dama pediu o fim da punição por apedreijamento no país. Carla ainda afirma que seu marido e a França não irão desisir do caso.


 
O ministério das Relações Exteriores do Irã diz não estar de acordo com as críticas da imprensa, principalmente pelo uso de insultos. O governo do Irã negou estar envolvido no caso e pediu mais cautela no uso da linguagem ao jornal.

 

Ainda esta semana...

 

O Japão aprovou as sanções econômicas da ONU contra o Irã, além de proibir a entrada de iranianos no país.

 

O presidente Mahmoud Ahmadinejad fez declarações polêmicas sobre a questão Palestina x Israel. Além de afirmar que as negociações entre os dois países são fúteis e condenadas ao fracasso, Ahmadinejad ainda se posicionou a favor da luta armada palestina, incentivando-os a resistirem à ocupação israelense.
 
 
 
Ana Carolina Bomfim

Fim da Guerra no Iraque

O governo dos Estados Unidos da América (EUA) anunciou oficialmente, no dia 1º de setembro, o fim das operações de combate no Iraque. Assista ao discurso do Presidente Barack Obama à respeito.

As opiniões dividem-se entre aqueles que comemoram a definitiva saída das tropas americanas, e aqueles que consideram a retirada prematura, dada à instabilidade política do país.

O presidente Obama afirma que os Estados Unidos cumpriram com suas responsabilidades, e que agora resta aos iraquianos encerrarem os impasses políticos e estabelecerem um novo governo de solidez. Alguns acreditam que de agora em diante o papel dos EUA no Iraque será mais diplomático na medida em que a missão militar perde tamanho.

Segundo análise da situação, os EUA deixaram os iraquianos temerosos de mais violência e se retiraram com uma imagem enfraquecida, precisando trabalhar duro para provar ao mundo de que são fortes novamente.

Quase seis meses depois das eleições iraquianas de março, o Iraque ainda enfrenta um impasse entre os grupos sunitas, xiitas e curdos para a formação de um governo de coalizão. Os fatos são que: milhares de dólares já foram gastos em tentativas de reconstrução do país que, segundo a ONU, tem 23% da população vivendo abaixo da linha da pobreza (menos de US$ 2,2 por dia); o Iraque é responsável por quase a metade dos refugiados do mundo sob proteção do ACNUR; e nos 7 anos da guerra morreram entre 97 mil a mais de 106 mil civis iraquianos, de acordo com a ONG Iraq Body Count.


Priscyla Barcelos.


Veja mais:


domingo, 29 de agosto de 2010

Hezbollah - Conflitos e Preocupações.

Na terça-feira, dia 24 de agosto, um tiroteio envolvendo o Hezbollah e a Associação Mulçumana Sunita de Projetos de Caridade Islâmicos, conhecida como Al-Ahbash, deixou duas pessoas mortas e várias feridas; um dos mortos era um representante do Hezbollah. O tiroteio somente foi controlado quando o Exército Libanês chegou ao local.

O líder do movimento xiita libanês Hezbollah, xeque Hassan Nasrallah, afirmou, no dia 24 de agosto, que poderá pedir ajuda ao Irã para equipar o exército libanês, visto que o Congresso Americano suspendeu a assistência financeira de 100 milhões de dólares com receio do dinheiro ser utilizado contra Israel e do aumento da influência do grupo Hezbollah no exército libanês. No dia 25 de agosto o Ministro de Defesa do Irã, o general Ahmad Vahidi, confirmou que seu país irá fornecer ajuda militar ao Líbano para equipar seu exército, caso haja um pedido formal; o Irã é considerado um importante aliado do grupo Hezbollah e a sua ajuda reafirma "a importância da continuação da nossa ajuda ao Exército libanês, tanto para a nossa segurança quanto para a segurança da região", de acordo com o porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner, em Washington.

A ONU afirmou, no dia 25 de agosto, que o grupo Hezbollah necessita de provas e informações mais concretas para acusar Israel pela morte do ex-primeiro-ministro do Líbano, Rafik al-Hariri, em 2005. As imagens que foram divulgadas pelo grupo Hezbollah foram consideradas incompletas de acordo com os funcionários da ONU. O grupo Hezbollah não considera o tribunal formado pela ONU confiável e rejeita as investigações feitas pela ONU que o apontam como envolvido no caso da morte de Rafik al-Hariri.

Sarah Vasconcelos

Fontes:
http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,onu-pede-provas-sobre-morte-de-ex-premie-do-libano-ao-hezbollah,599737,0.htm

Negociações entre Israel e Palestina


Foi anunciada a retomada de negociações entre Israel e Palestina, que acontecerá em Washington a partir de 02 de setembro, com o encontro entre o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

O esforço para que esta reunião acontecesse veio do governo norte americano, através de um enviado especial, George Mitchell, que passou por sucessivas reuniões com as autoridades tanto da Palestina, quanto de Israel.

Israel aceita a criação de um Estado palestino, desde que esse reconheça a existência de do Estado Israelense, seja desmilitarizado e que Jerusalém seja a capital de Israel. Enquanto Palestina quer a criação de seu estado, mas com Jerusalém Oriental como a sua capital. O governo israelense é o mais duro nessa negociação.

Será uma difícil negociação, uma vez que cada lado desconfia das intenções do outro, e também porque o Hamas, grupo palestino que controla a Faixa de Gaza, é contra a negociação e, portanto, não participará da mesma. Além de demais problemas internos dos dois lados, como por exemplo a aceitação da população e grupos extremistas.

Ainda assim, só o fato de estar acontecendo esforços para a comunicação entre Israel e Palestina já é um fato de grande importância.

Barbara Paula

Fontes:
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/08/entenda-a-proposta-de-negociacao-direta-entre-israel-e-palestinos.html

http://cbn.globoradio.globo.com/programas/fato-em-foco/2010/08/28/A-RETOMADA-DAS-NEGOCIACOES-ENTRE-ISRAEL-E-PALESTINA.htm

Recomendo:
 http://cbn.globoradio.globo.com/programas/fato-em-foco/2010/08/28/A-RETOMADA-DAS-NEGOCIACOES-ENTRE-ISRAEL-E-PALESTINA.htm (Entrevista, com Márcio Scalercio, professor do departamento de Relações Internacionais da PUC-Rio, e Cristina Pecequilo, professora de Relações Internacionais da Unesp, sobre a retomada das negociações entre Israel e Palestina)




As intenções embaixo da manga

Com as relações de proximidade entre Síria, Hezbollah e Irã, outros países que, preocupados com as consequências dessa união, iniciam uma mobilização para desunir o trio. A Grã-Bretanha tem sido um desses agentes com o recente pedido de que a Síria seja abrangida na PEV ( Política Européia de Vizinhança), com essa anexação a União Européia busca uma cooperação com o país a fim de isolar o Irã.

Cartaz do presidente da Síria, Bashar El Assad, numa rua de Damasco (Martijn Munneke)
 Essa estratégia vem não apenas do lado ocidental, por meio de alianças pretendendo uma estabilização da ordem mundial e com a UE que, patrocinando a Síria, intenciona fazê-la um exemplo de desenvolvimento, mas também da parte da Síria, que vê oportunidades de crescimento econômico nessas alianças, em que pese não cumprir certas exigências, como abstenção de armas químicas, fator que atrasa a UE a aceitar a adesão do país.

Sobre as armas químicas, há vantagens para a Síria em possuir tal tecnologia, o que resulta na já comentada razão do receio de certos países sobre o trio. Dessa forma, esses países utilizam de acordos que ampliam e agilizam o mercado interno e externo da Síria como forma de influenciá-la a ser um modelo que difere das propostas iranianas na região do Oriente Médio. Observa-se o importante papel e estratégia usada por esse país no momento que, sendo influenciado pelos dois lados para aderir a propostas distintas, busca obter vantagens econômicas que projetarão seu mercado, mas sem abrir mão de sua tecnologia de armas químicas. Torna-se, portanto, um cenário em que não se sabe se a Síria está realmente com inteções de aderir ao modelo ocidental ou se, da mesma forma que a UE, ela está se valendo de uma estratégia, mais elaborada e sutil do que a usada com ela, para aproximar outros agentes (UE e EUA) às suas intenções de crescimento e desenvolvimento tecnológico juntamente com o Irã.

Carolina Moro

Fontes:

 http://www.guardian.co.uk/commentisfree/2009/aug/25/syria-european-neighbourhood-policy
http://www.presseurop.eu/pt/content/article/85871-siria-quer-ser-amiga-da-europa