domingo, 29 de agosto de 2010

As intenções embaixo da manga

Com as relações de proximidade entre Síria, Hezbollah e Irã, outros países que, preocupados com as consequências dessa união, iniciam uma mobilização para desunir o trio. A Grã-Bretanha tem sido um desses agentes com o recente pedido de que a Síria seja abrangida na PEV ( Política Européia de Vizinhança), com essa anexação a União Européia busca uma cooperação com o país a fim de isolar o Irã.

Cartaz do presidente da Síria, Bashar El Assad, numa rua de Damasco (Martijn Munneke)
 Essa estratégia vem não apenas do lado ocidental, por meio de alianças pretendendo uma estabilização da ordem mundial e com a UE que, patrocinando a Síria, intenciona fazê-la um exemplo de desenvolvimento, mas também da parte da Síria, que vê oportunidades de crescimento econômico nessas alianças, em que pese não cumprir certas exigências, como abstenção de armas químicas, fator que atrasa a UE a aceitar a adesão do país.

Sobre as armas químicas, há vantagens para a Síria em possuir tal tecnologia, o que resulta na já comentada razão do receio de certos países sobre o trio. Dessa forma, esses países utilizam de acordos que ampliam e agilizam o mercado interno e externo da Síria como forma de influenciá-la a ser um modelo que difere das propostas iranianas na região do Oriente Médio. Observa-se o importante papel e estratégia usada por esse país no momento que, sendo influenciado pelos dois lados para aderir a propostas distintas, busca obter vantagens econômicas que projetarão seu mercado, mas sem abrir mão de sua tecnologia de armas químicas. Torna-se, portanto, um cenário em que não se sabe se a Síria está realmente com inteções de aderir ao modelo ocidental ou se, da mesma forma que a UE, ela está se valendo de uma estratégia, mais elaborada e sutil do que a usada com ela, para aproximar outros agentes (UE e EUA) às suas intenções de crescimento e desenvolvimento tecnológico juntamente com o Irã.

Carolina Moro

Fontes:

 http://www.guardian.co.uk/commentisfree/2009/aug/25/syria-european-neighbourhood-policy
http://www.presseurop.eu/pt/content/article/85871-siria-quer-ser-amiga-da-europa

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