sábado, 23 de outubro de 2010

Visita amiga

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, visitou esta semana o Irã. Esta foi a nona viagem do líder venezuelano ao país islâmico. O objetivo da viagem foi o de reforçar os laços no setor de energia e comércio. Foram assinados 11 acordos comerciais, incluindo uma sociedade de transporte para facilitar o acesso do petróleo venezuelano à Europa e Ásia.  Ademais, Mahmoud Ahmadinejad prometeu favorecer a Venezuela na exploração de South Pars, considerado o maior campo de petróleo do mundo.
Irã e Venezuela ainda declararam que estão juntos na busca de uma nova ordem mundial, que eliminará a hegemonia do Ocidente nas questões globais. Segundo os presidentes, o imperialismo entrou em uma fase de declive e, por mais que resista, está se dirigindo a seu cemitério. Hugo Chávez reforçou sua defesa ao programa nuclear iraniano.
Ainda esta semana, o governo do Irã declarou um aumento no estoque de urânio enriquecido. Este é agora de 30 quilos, um quinto a mais do que havia sido informado anteriormente. As declarações preocupam a comunidade internacional, que teme uma corrida armamentista no Golfo Pérsico. Nos últimos quatro anos, governos da região compraram US$ 37 bilhões em equipamento militar dos EUA. Os líderes da Arábia Saudita, Emirados Árabes, Bahrein, Kuwait, Omã temem a hostilidade iraniana. Saiba mais no artigo de Frida Ghitis, na World Politics Review.

Ana Carolina Bomfim

Questão cultural - a solução ou o problema?

    No início desta semana, começou na Turquia o julgamento de 151 políticos e militantes curdos, acusados de pertencer ao PKK (considerado Organização terrorista).  Quem está atenta a esse julgamento é a Comissão Europeia, que deverá publicar em breve o relatório anual sobre os progressos turcos para a integração grupo nos 27. +euronews
Presidente alemão com a esposa do Presidente da Turquia

    Recentemente a Turquia também recebeu a visita do Presidente alemão,  Christian Wulff, cujo principal objetivo era apelar pela liberdade religiosa dos cristãos que residem na Turquia. Wulff pareceu fazer um  pedido de tratamento recíproco, pois, apesar das dificuldades que a Alemanha tem tido para manter a sua cultura, enfatizou que os imigrantes mulçumanos têm lugar na sociedade de seu país. Em suas palavras, ele afirmou que os dois países tem muito em comum - que os une, e que assim como o cristianismo e o judaísmo pertencem à Alemanha, o islamismo também passou a ser.


    As mudanças e os problemas culturais, que a presença da população de origem mulçumana tem causado nos países de cultura predominantemente ocidental, seria um dos motivos que impedem a Turquia de integrar a UE?

#ficadicaaqui


Loyanne Lima.

Diário da Guerra no Iraque

No último post sobre o Iraque informamos que o site Wikileaks divulgaria informações de documentos outrora confidenciais acerca da Guerra no Iraque. Após este vazamento de documentos um grupo de advogados britânicos anunciou forçar uma investigação pública no Reino Unido sobre o assassinato de civis durante a ocupação do país asiático. Phil Shiner, advogado britânico especializado em direitos humanos, também questionará seu governo por não por fim aos abusos e torturas de presos pelas forças iraquianas.  Tal situação demonstra claramente o aumento do poder nas mãos da sociedade civil, capaz de pressionar Estados soberanos. Isto se dá nesta era globalizada em razão do acesso a informação que é facilitado pela internet.

Segundo os documentos publicados pela Wikileaks, entre 2004 e 2009 houve mais de 109 mil mortes violentas no Iraque, que incluem 66.081 civis, 23.984 classificados como "inimigos" e 15.196 membros das Forças de Segurança iraquianas. Completam o número 3.771 mortes de soldados americanos e de outros países da coalizão. Os dados e informações que eram sigilosos agora estão ao alcance da população comum. Os incidentes divulgados pelo Wikileaks são sempre comprometedores para os EUA, e constituem 'arma' contra este país quando é utilizado para constrangê-lo perante a sociedade internacional e pressiona-lo à reparação do Iraque.

Veja os documentos no Wikileaks: Iraq War Diaries


Priscyla Barcelos.

domingo, 17 de outubro de 2010

Escudo antimíssil, alianças e véus

    Esta semana os ministros da Defesa e os dos Negócios Estrangeiros da Turquia e dos Estados Unidos, discutiram a possibilidade de participação da Turquia no escudo antimissíl da OTAN. Apesar da declaração do Secretário-geral da Organização, de que o assunto deve ser resolvido até o final do mês de novembro, o Secretário de Defesa dos EUA garantiu que seu país não exercerá pressão sob a nação do Oriente Médio.
    Também nesta semana, ocorreu um encontro entre uma chanceler federal alemã, o Presidente da França, Nicolas Sarkozy, e o Presidente russo, Dimitri Medvedev. O principal tema a ser debatido? A limitação das da União Européia e de suas instituições. A falta de apoio de nações como a Turquia, tem prejudicado as instituições através dos questionamentos de sua legitimidade, e diante a resistência de alguns europeus em aceita-la na UE, os demais tendem a agir independentemente da decisão do bloco. Alguns estudiosos sugerem que uma cooperação com a Turquia e a Rússia seja a melhor das opções para resolver esta questão - que é determinante nas relações comerciais, mas principalmente, na garantia de segurança do território europeu. Para saber mais clique aqui.
    O último comentário consiste nas novas tentativas do Governo em relaxar a proibição do véu em território turco. Em 2007, o governo islâmico moderado do Primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, tentou aprovar emendas constitucionais que impediriam que as mulheres fossem privadas de estudar nas instituições com seus trajes religiosos, mas o partido da oposição decidiu contra a reforma. Agora, o Presidente do Conselho Superior da Educação (YÖK), Yusuf Ziya Özcan, que é favorável aos islamitas moderados, enviou um comunicado às universidades, pedindo que as estudantes com véu não sejam expulsas das aulas.



Loyanne Lima.

Negociação suspensa

As negociações de paz entre Israel e Palestina foram paralizadas pelos palestinos após a continuação das construções de colônias israelenses na Cisjordânia.
Os mediadores norte-americanos receberam um prazo da Liga Árabe de um mês para resolver essa situação das negociações, sobre a colonização. Esse prazo teve início no dia 9 de outubro.
Seria realizada uma reunião entre os representantes da Palestina, Egito e Israel, respectivamente Mahmud Abbas, Hosni Mubarak e Benjamin Netanyahu, no próximo dia 21 para estabelecer a formação de uma cúpula para União para o Mediterrâneo (UpM), que acontecerá  no fim de novembro. Essa reunião aconteceria em Paris, mas a mesma foi adiada.
Fontes:
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/10/liga-arabe-da-um-mes-para-eua-salvar-negociacoes-israel-palestinos.html

Visita de Mahmoud Ahmadinejad ao Líbano


O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, iniciou a sua visita de dois dias ao Líbano em 13/10/2010 e foi muito bem recebido pela população simpatizantes do grupo Hezbollah, além de ser saudado no aeroporto pelo presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri, e por uma delegação de políticos do Hezbollah. Tal visita é a primeira realizada por Mahmoud Ahmadinejad desde que assumiu a Presidência, em 2005, e pode entendida como um incentivo ao movimento xiita libanês do Hezbollah, e também apoio político ao grupo Hezbollah e uma provocação a Israel.
O presidente do Irã declarou que o seu país apóia o governo do Líbano e que está disposto a oferecer ajuda financeira para o Líbano contra Israel, e disse que o Irã, assim como o Líbano, se opõe "à agressão e aos crimes cometidos pelo regime sionista e por aqueles que o apóiam", referindo-se à Israel. Mahmoud Ahmadinejad ainda declarou que apóia o Líbano nas questões referentes “à libertação das terras ocupadas (por Israel) no Líbano e na Síria".
Devido à visita do Presidente do Irã, o governo do Líbano reforçou as tropas libanesas ao longo da fronteira do Líbano com Israel com receio de que a visita do presidente iraniano aumentasse a tensão na fronteira. Durante a visita, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou que "sionistas são mortais”, ao elogiar a resistência do Líbano contra Israel. "O mundo deveria saber que os sionistas são mortais... hoje a nação libanesa está viva e é um modelo para os países da região", disse Mahmoud Ahmadinejad.  

Em resposta as declarações contra Israel, Yigal Palmor, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, afirmou "É um acontecimento muito preocupante ele transformar o Líbano em uma plataforma para seus planos agressivos contra Israel e contra outros países na região".

Para saber mais sobre a visita do Presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ao Líbano e sobre a posição do Líbano no conflito entre Israel e Irã acesse:

Fontes:
Sarah Vasconcelos

Ameaça à imprensa

As publicações que divulgarem declarações e fotos de líderes da oposição poderão ser censuradas no Irã.  O Ministério da Cultura supervisiona as atividades da mídia local e estrangeira do país e, desde as eleições presidenciais de 2009, já fechou quase todas as publicações que defendem  reforma política e bloqueou sites na internet.  Segundo a REUTERS, dezenas de ativistas foram presos e condenados por publicar notícias contra o presidente Mahmoud Ahmadinejad, levantando acusações de fraude nas eleições do ano passado.

O governo iraniano também se pronunciou sobre a proposta da União Européia de retomar as negociações sobre o programa nuclear de Teerã em novembro. O chanceler iraniano, Manushehr Mottaki, disse que esta é uma boa notícia e que este é um bom período para restabelecer o diálogo com o grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha). Os contatos entre o Irã e as seis principais potências mundiais estão congelados desde outubro do ano passado, o que levou à aprovação de novas sanções internacionais do Conselho de Segurança da ONU.

Ana Carolina Bomfim

Síria e Israel, negociáveis ou fascistas?

As negociações entre Síria e Israel, que buscavam a paz propondo uma aliança de combate aos 'inimigos', foi recentemente suspensa. Com isso, os dois países voltam a se atacarem e buscar reconhecimento no campo verbal.


Em seu  encontro com o líder turco, o presidente sírio Bashar al Assad, acusou os israelenses de fascistas, por exigirem que não-judeus que buscassem entrar no país jurassem lealdade ao Estado 'judeu e democrático', e exigia o reconhecimento da Síria como 'Estado judeu'.

Observamos que a Síria, aliada ao Irã e ao Hezbollah, é vista como uma inimiga em potencial, depois vários países, próximos e distantes, buscam uma conciliação com o país para aproximá-lo de seus interesses, tudo isso no macro contexto, e no micro, problemas culturais e de reconhecimento que se projetam para o campo internacional. De inimigo a possível aliado a problemático vizinho. Aliados são necessários, mas quais serão aqueles que não querem valer-se da confiança é que são os mais difíceis de se encontrar, no meio internacional é necessário que se analize os atores a partir de seus interesses levando em conta suas ações, pois nem sempre a análise a partir da ação demonstra a real intenção de quem a pratica.

 Carolina Moro

saiba mais:







Guerra do Iraque: Divulgação de Informações

O Exército dos EUA divulgou nesta quinta-feira, 14, seu mais amplo relatório sobre a guerra do Iraque, segundo o qual cerca de 77 mil iraquianos civis e integrantes das forças de segurança morreram no período entre o início de 2004 e meados de 2008.


Os números de mortos e feridos no Iraque são alvo de controvérsia por causa das questões políticas envolvidas no conflito e da oposição de muitos países e de uma grande parcela da população norte-americana. Críticos de cada lado acusam-se mutuamente de manipular o número de vítimas para influenciar a opinião pública.


Morgue workers in the town of Baquba, 60 kilometers northeast of Baghdad, bury 50 unidentified bodies not claimed during the last two months at a mass grave on the outkirts of town August 28, 2008. (STR/AFP/Getty Images)

Os dados e informações sensíveis que eram sigilosas estão por ser divulgados. O site Wikileaks estaria prestes a divulgar cerca de 400 mil documentos confidenciais sobre a guerra do Iraque, segundo informações difundidas pela imprensa. A revista Newsweek anunciou em setembro "o maior vazamento de material de inteligência".

Por isso, o Pentágono mobilizou 120 pessoas para examinar o impacto da próxima divulgação pelo site, segundo anúncio nesta sexta-feira de um porta-voz do Departamento de Defesa.




Priscyla Barcelos.